
E quando o céu desce a terra?
Esse conjunto pode nos levar, tal como numa máquina do tempo, numa memória, a desfrutar, no futuro, do sabor do hoje ou mesmo, e não apenas, a reencontrar-nos com outras versões de ser.
Enxerga-se nela a beleza dos dias, aquele gosto que só o tempo e o cuidado da memória dão a certas coisas.
Porque, aquele prazer, entre a ânsia da espera e a urgência de viver, da descoberta de uma imagem, só aparece quando terminamos de rodar as 36 poses da Praktica.

E sempre passa
Tem dias em que as nuvens andam tão pesadas sob nossa cabeça, que a única coisa que esperamos é pela hora em que a chuva ácida finalmente desça e nos corroa.
Mas, nessa espera pessimista, cabe a vírgula esperançosa de nós, aguardar pelo retorno da luz e da leveza das nuvens de algodão, feitas de açúcar ou elefantes.
E seja pelo sol ou pelo croissant de chocolate, elas se vão e ganhamos não apenas nosso céu límpido de volta mas também o mais gostoso dos mares.
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Ordinário e ExtraOrdinário
A ordem do dia nos impele a fazer.
A desordem dos dias nos pulsa ao estar.
Dentre ordens e desordens, um sussurro nos aponta para algo que surge no horizonte, como uma presa que foge ao círculo do fogo. Ela escapa do ordinário, encontra novamente o Cerrado.
O animal vence seu desígnio
O impulso interrompe a estrada.
Suspende o instante
Fixa o sentimento.
Só obedecendo a desordem se elimina o ordinário, só desobedecendo a ordem se aponta o extraordinário.
O momento resgatou as paletas do amor.